Capítulo I

 



 

A Odontologia, uma profissão que perdura a séculos !

Da pré-história ao século XXI

 

Pode-se dividir a história da Odontologia, didaticamente, em cinco períodos:

·                      1º período: Da pré-história até o ano 1000

·                      2º período: Odontologia da Idade média e os Árabes - 1000 a 1728

·                      3º período: De Fauchard à descoberta do trépano a pedal - 1728 a 1871

·                      4º período: Do trépano a pedal à Alta-rotação - 1871 a 1956

·                      5º período: As especialidades - Prevenção, Implante, Odontologia Social - 1956 a 1999

·                      6° Período: Século XXI: Busca de uma Ideologia Odontológica

 

·                      1º período: Da pré-história até o ano 1000

O ambiente de trabalho está intimamente ligado aos tempos e ao grau de desenvolvimento da época em que a atividade é exercida. Uma vez que o próprio homem iniciou a sua existência ao livre, e foi aí também que tiveram início as suas primeiras ocupações, seus ofícios, ou melhor, suas profissões, termo que naquele momento, seria demasiadamente pretensioso e até mesmo inexato. Isto ocorreu também na Odontologia.

Quando voltamos ao passado em busca das origens da Odontologia, não encontramos a linguagem direta e efetiva de antigos textos remontando os longínquos séculos; por dedução, quem nos fala são as pedras, as inscrições gravadas, que foram despertas pelas escavações. A escrita inventada pelos Sumérios, no início de estilo pictográfico e depois cuneiforme, feita em tábuas de argila cozida que se conservaram com o passar dos séculos, foi a fase inicial do processo de civilização que aí começava a realizar-se e mediante a qual a humanidade entrava na história. Posteriormente, a escrita cuneiforme foi substituída pela araméia, cujo alfabeto, tomado dos fenícios, escrevia-se a tinta em pergaminho ou em papiro.

·                      2º período: Odontologia da Idade média e os Árabes - 1000 a 1728

Em 1363, Guy de Chauliac, cirurgião-dentista em Avignon, introduziu a primeira vez a o termo "dentista", e adotou a ligadura intermaxilar nas fraturas; recomendava que fossem os "dentistas" a remover os dentes. O manuscrito médico inglês mais antigo foi o "Guy de Chauliac's surgery", de 1460.

A figura dos "tiradentes" continua típica até 1700, trabalhando nas praças dos mercados, uma multidão de curiosos e um público que não é dificil adivinhar, ou seja, do tipo animado, caloroso, e sonoro.

Três tipos de fórceps podem ser distinguidos na história da evolução dos mesmos: um remotíssimo, que não se adaptava ao colo do dente pela ausência de adaptação anatômica de suas garras; um intermediário esquecido e suplantado por outros instrumentos; e mais recente, anatômico, coincidindo com o renascimento da Odontologia em seu todo. A verdadeira ressurreição da Odontologia identifica-se em 1700. O segundo tipo evidentemente foi inspirado na tenaz comum: as garras são abertas em anel com as pontas em justaposição, sendo utilizado durante séculos, com poucas modificações, nas obras de Walter Hermann Ryff (Strasburg, 1545), Jacques Guillemeau (França, 1594), Peter Lowe (1597); tipo idêntico ao Guillemeau, Johannes Scultetus (Alemanha, 1646), etc. O terceiro, inicialmente de forma reta, para as raízes e fragmentos dentários, cuja derivação é patente de Abulcasis, repete a comparação deste com o bico da cegonha.

Em torno de 1700 a exodontia enriqueceu-se de novos instrumentos, pela pouca praticidade dos botições que, desprovidos de garras anatômicas, freqüêntemente provocavam fratura das coroas dentárias. O "pelicano" foi denomindado e descrito por Giovanni d'Arcoli (1450 - 1524). Tal instrumento não correspondia de forma adequada, e enormes eram os perigos da exodontia. Ambroise Paré (1510 - 1590) afirmou que: "verdadeiramente é preciso ser muito hábil no emprego destes pelicanos, porque se não se sabe bem ajeitar-se, fácil é errar chegando a puxar fora ca boca três dentes de uma vez, deixando no lugar o cariado do doente. Segundo Weinberger, em 1542 Ambroise Paré relembrou o antigo método da compressão do tronco do nervo para produzir anestesia local e menciona transplante, obturação e fixação dos dentes com ouro. O "pelicano" foi o primeiro fórceps, definido por Casotti como "o mais formidável, emotivo instrumento da antiga cirurgia dentária, esquisito e fantástico", que por quatro séculos, isto é, até 1800 dominou as extrações dentárias. As características morfológicas do "pelicano" são:

-Constituído por uma haste metálica principal, que de um lado funciona como cabo e no outro extremo termina em uma parte redonda e entalhada, com função de apoio.

-O instrumento é horizontal, adquirindo a forma de "y" quando aberto.

A parte redonda e entalhada era apoiada vestibularmente sobre o maxilar (revestido por uma pele ou tecido), ou dois dentes mesialmente àquele a ser extraído, aplicando-se o gancho neste dente, contra

 

o colo; com o apoio e fulcro na porção redonda aplicava-se um enérgico golpeem direção mesial sobre o cabo, impedindo o gancho para fora, levando o dente consigo.

Como característica principal do "pelicano" e da técnica de utilização é que o apoio - fulcro não era realizado no mesmo dente a ser extraído e por isso a movimentação do braço o obviamente era horizontal. As primeiras modificações ocorreram na parte redonda, tornando-a semi-lunar convexa, entalhada ou obtusa; posteriormente com: Francisco Martinez (Espanha, 1557) e Woodal (1617) semilunar côncava entalhada,Ferrara (1627) semilunar côncava com três pontas, René J. C. de Garengeor (França, 1725) semilunar lisa, e assim por diante.

Como tentativa em relação ao aperfeiçoamento do "pelicano" procurava-se simplificá-lo para torná-lo mais prático. Assim, Giovanni Andre Della Croce (1514 - 1575), ilustre cirurgião de Veneza dedicou-se particularmente ao instrumental cirúrgico, deixando-nos em sua obra "Chirugia universalis opus absolutum" (1596), considerada texto clássico, a descrição pormenorizada do instrumental contemporâneo e daquele introdutório por ele; neste tratado surge pela primeira vez um "pelicano" extremamente simplificado. Este instrumento, deretamente derivado do "pelicano" é o protótipo do famoso "levriero" que foi utilizado juntamente com o "pelicano" durante vários séculos, constituindo a forma intermediária da passagem para a "chave inglesa" ou "chave de Garengeot".

·                     3º período: De Fauchard à descoberta do trépano a pedal - 1728 a 1871

Claude Mouton, em 1746, publicou o primeiro trabalho relacionado à prótese, descrevendo a confecção de faceta em ouro para esmalte em dentes anteriores, e o uso de grampos para próteses parciais. Em 1754, Lecluse idealizou uma alavança especial para extração dos terceiros molares inferiores.A profissão evoluiu em vários setores, sendo que em 1756, Philip Pfaff publicou o primeiro livro da Odontologia alemã, onde ensinava o preparo de modelos de gesso, após a moldagem, para confecção da prótese dentária; esse profissional praticou o capeamento pulpar. Próximo ao final do século, surgiu uma inovação, a dos dentes em porcelana.

Em 1788 Nicolas Dubois De Chémant, removendo uma prótese construída com dentes humanos sobre u a base de hipopótamo, observou um cheiro insuportavel que contaminou todo o ambiente; assim teve a idéia de confeccionar uma prótese com material inalterável, embora embora encontrasse dificuldade pela contração da porcelana durante o cozimento. Em 1794, John Greenwood começou a usar a primeira coroa de porcelana, e em 1840 apareceram as primeiras coroas de porcelana a pino, para montar sobre a raiz..

Difundindo-se costume do atendimento na residência do dentista, logo surgiram os primeiros consultórios montados com certa funcionalidade e racionalismo. A definição do consultório coincidiu com as primeiras cadeiras expressamente fabricadas para esta finalidade. A mais antiga, talvez em todo o mundo, foi a utilizada nos Estados Unidos por Josiah Flagg, de 1790 a 1812. Além de fixo e almofadado para a cabeça, possuía duas gavetas para os instrumentos, sob o assento e sob o apoio de braços do lado direito; era inteiramente de nogueira, e a iluminação provinda da janela, em cuja direção estava colocada a cadeira. Esse profissional começou a praticar a Odontologia em Boston, em 1783. Em 1810, temos poltronas mais confortáveis com uma bandeja acoplada.

As técnicas e métodos de higienização sofreram modificações ao longo do tempo, sendo que podemos encontrar atualmente uma infinidade de escovas, dentifrícios, fios e fitas dentais. além de outros meios auxiliares de higiene bucal, com cada característica e indicações próprias a cada paciente.

·                      4º período: Do trépano a pedal à Alta-rotação - 1871 a 1956

Em 1872 a S. S. White Company colocou no mercado o primeiro motor elétrico, que havia sido inventado por Geoge Green, abrindo caminho para um grande desenvolvimento em todos os países. Apenas no final de 1800 C. Edmund Kells introduziu a eletricidade em seu consultório.

Embora a primeira cadeira odontológica totalmente metálica tenha sido fabricada em 1871, ainda em 1884 a história nos mostra cadeira e armário em madeira. Após a descoberta de Koller em 1884, da anestesia tópica da cocaína, a anestesia local foi pouco substituída a anestegia geral em Odontologia, dando início à anestesia local contemporânea, utilizando a procaína.

Em 1892 surgiu uma cadeira odontológica completamente inovadora, a de Wilkerson, cujos movimentos antes realizados por manivelas passaram a ser feitos por alavancas.Devido à necessidade de manter o paciente com a boca aberta por longo períodos de tempo, especialmente nas restaurações com ouro e nos tratamentos endodônticos, devido ao emprego do dique de borracha, idealizou-se um aparelho para sucção de saliva, acionado pela passagem de corrente de água, este tornou possível o moderno sugador de saliva, que foi finalmente introduzido em 1882.

·                      5º período: As especialidades - Prevenção, Implante, Odontologia Social - 1956 a 2000

Em 1956, o sueco Ivor Norlén patenteou nos Estados Unidos a turbina a ar, que atingia velocidade de 70.000 rpm. A peça de mão de Page-Chayes, introduzida em 1958, foi a primeira peça angulada para funcionar com sucesso acima de 10.000 rpm. A S. S. White Company introduziu o Borden Airotor, em 1957, a primeira peça de mão a ar de sucesso clínico que atingia a velocidade de 300.000 rpm. Desde então, as peças de mão sofreram ligeiras modificações, com todos os novos modelos utilizando uma pequena turbina dirigida diretamente por ar comprimido. Um pequeno mas significante ocorreu na década de 1970 quando, através da utilização dos componentes de fibra ótica construídos no interior da peça de mão, a luz poderia ser colocada na área de trabalho (boca do paciente).

A década de 1960 introduziu a variante do trabalho sentado, com algumas modificações na cadeira odontológica, porém o paciente continuava reclinado na mesma. Em 1970 surgiram os novos conceitos de "design" dos consultórios odontológicos americanos; em função do tipo de trabalho do profissional do tipo de equipamento que pretende e necessita utilizar, como também da característica da construção.

A prática das profissões da saúde foi orientada desde o início, no sentido do diagnóstico e tratamento das enfermidades. A expressão "arte de curar", freqüentemente atribuída à profissão médica, traduz bem a orientação "curativa" com que a profissão surgiu. Passou-se a utilizar o termo como Medicina Preventiva, em oposição à curativa. Também em Odontologia usamos as expressões preventivas e curativas. Em gênese, a Odontologia teve a orientação predominantemente curativa e reparadora. Aos poucos, as idéias e princípios básicos de Odontologia Preventiva foram incorporados e recebem ênfase nos cursos de formação profissional. Porém, existe uma só Odontologia: a melhor que puder ser praticada num dado momento da evolução da doença. Prevenção e tratamento formam um todo contínuo. O tratamento oportuno e eficiente é uma forma de prevenir complicações e seqüelas. O conceito amplo de prevenção é o único compatível com uma prática profissional de padrão elevado, seja clínica particular, seja em serviços público.

Como a placa bacteriana é uma das responsáveis pela instalação da cárie e doença periodontal, torna-as imperioso conhecer os métodos de controle da mesma, promovendo-se prevenção dessas doenças. É muito importante que as pessoas leigas conheçam como essas doenças se instalam e evoluem, para que sintam-se motivadas a controlá-las. Os profissionais devem conhecer e utilizar medidas e substâncias preventivas. Assim sendo, é necessário estabelecer técnicas de higienização adequadas a cada paciente, uma dieta controlada e balanceada, e a utilização de flúor e selantes.

 

·                     6° Período: Século XXI: Busca de uma Ideologia Odontológica

 

 A Odontologia está passando por um momento de transição paradigmática na qual necessita-se formar profissional preparado para enfrentar as novas mudanças, sendo capaz de saber fazer e refazer soluções. O processo odontológico educativo tende a ultrapassar os limites de reprodução e fundamenta-se na criatividade, estimula a ação-reflexão, formando, assim dentista-profissional-cidadão reflexivo.

Um dos destaques nas pesquisas científicas, foi a pesquisa realizada em  2000 na qual  Gronthos et al. identificaram células-tronco pós-natais ou maduras em polpa de dentes humanos. Estas células mostraram-se capazes de originar um tecido semelhante ao complexo dentino-pulpar, composto de matriz mineralizada e túbulos delimitados por células semelhantes a odontoblastos. Esta descoberta foi de grande importância para ciência Odontológica, fornecendo arcabouço teórico para a realização de pesquisas subseqüentes. A substituição de dentes perdidos pela engenharia tecidual em humanos ainda está em um estágio inicial, caro e difícil de reproduzir. Entretanto é uma real possibilidade (Modino).

 De acordo com Antoniazzi, 2003 a Pesquisa Odontológica Brasileira tem que se descobrir e, criativamente, elaborar sistemáticas de divulgação que atinjam a todos os seres humanos indistintamente (por quais meios, de que forma, e com qual freqüência buscaremos atingir a todos: esses são os desafios da descoberta e da criatividade) e desenvolver uma política que, continuando a dar suporte aos avanços do saber e da tecnologia odontológicos, oriente, e estabeleça como fundamental, a divulgação dos saberes conceituais, ideológicos e filosóficos da ciência e tecnologia odontológicas na busca do sentido do existir humano.

Na nossa realidade (primeira década do século XXI) há uma enorme demanda por serviços odontológicos para uma parcela significativa da população brasileira. Para mudar essa realidade é necessário repensar o ensino odontológico, que precisa se adaptar aos novos conceitos, às inovações científicas, valorizando o ensino da ciência básica que permite abordar assuntos como célula-tronco, biologia molecular e etc, como ferramentas para o atendimento clínico, visto que o modelo de atenção clínica baseado unicamente em procedimentos restauradores fracassou. O ensino de odontologia deve ter como objetivo a formação de um profissional generalista, com sólidos conhecimentos técnicos-científicos, humanísticos e éticos, orientado para a promoção de saúde e a prevenção de doenças bucais prevalentes, sem esquecer da capaci­dade de apreender as inovações tecnológicas, como lidar com as célu­las-tronco, entre outros.

 

 A odontologia, em geral, assim como tantos outros segmentos dependentes diretos dos materiais, experimenta uma revolução de tecnologia, e isto permitiu alcançarmos um grau de acuracidade significativo no que se refere à prevenção, restauração e substituição dos dentes como contraste, basta lembrar os relatos históricos que citam o pavor das pessoas em relação à prática comum de extração dos dentes, até o século XIX, quando finalmente surgiu a anestesia.

 

Entretanto, em 2004, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicaram que possuímos 24 milhões de pessoas sem dentes no Brasil. De certo modo, todos estes indivíduos ainda vivem no século XIX. Então podemos pensar: se, em algum momento, viermos a discutir o futuro sob a ótica da odontologia, a primeira pergunta seria: qual modelo odontológico (ou ideologia odontológica brasileira) seria capaz de deflagrar um processo de transformação política, e de ação, para conduzir a odontologia a extinguir a exodontia no país em pleno século XXI?

Quanto à clínica odontológica, a tecnologia se aperfeiçoa, e a cada dia, já é uma das principais aliadas dos cirurgiões-dentistas na hora de elaborar tratamentos ou planejar cirurgias. O uso de imagens geradas por Tomografia Computadorizada (TC) ganha o espaço das radiografias e fornece material capaz de gerar modelos tridimensionais em tamanho real dos dentes, ossos e estruturas associadas;procedimentos clareadores que modificam a cor natural dos dentes, deixando-os com tons de cinco a sete vezes mais claros, tem sido a solução para os que se incomodavam com as cores amareladas de seus dentes; o uso do laser em diversos tratamentos, sofisticando os procedimentos;a colocação de aparelho ortodôntico para o alinhamento dos dentes, tem sido nas últimas décadas, um dos tratamentos mais procurados, assim como a colocação de implantes, enxertos ósseos e gengivais; a evolução dos biomateriais, instrumentos e pesquisas científicas odontológicas de forma geral, têm facilitado e abrangendo o acesso da população aos tratamentos odontológicos.

No estágio tecnológico atual da evolução humana começamos a entender que o importante mesmo é a satisfação social do ser humano, e isto está sinalizado na principal meta do programa de desenvolvimento sustentável. Tudo isto significa dizer: "A tecnologia deve retornar para as pessoas". Podemos observar que somente um novo projeto auto-sustentável para a odontologia brasileira, poderá criar as condições, para se iniciar a redução do número de pessoas desdentadas no país. E devemos procurar logo por ele, pois precisamos urgentemente disseminar informações sobre prevenção e manutenção dos dentes, e reduzir o custo da tecnologia para um plano de massa. A informação, historicamente, conspira a favor da humanidade.

Nesta perspectiva de criar, avançar, evoluir em 2001, foram criadas Comissões no Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro: Convênios e Credenciamentos, Práticas Integrativas e Complementares, Especial da Mulher CD. Convênios e Credenciamentos foi criada pela Portaria nº 52 de 09 de agosto de 2001 e em por função realizar a interface sobre as questões relativas aos Convênios e Credenciamento entre os profissionais da Odontologia e as operadoras de planos de saúde, em 2008, ainda véspera da abertura do 26º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP)  a Odontologia já tinha uma boa notícia para abrir 2008. A Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC) – integrada pelo Conselho Federal

 

 de Odontologia (CFO), Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas (ABCD), Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO) e Federação Nacional dos Odontologistas (FNO) – assinou contrato dia 24 de janeiro, em São Paulo, com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Pelo contrato, esta entidade de pesquisa econômica ligada à Universidade de São Paulo (USP) se compromete a revisar, no prazo de 30 dias, a metodologia de cálculo de custos dos procedimentos odontológicos, além de elaborar, em no máximo três meses, a (CHPO) - que tem como missão auxiliar a negociação da já existente.Práticas Integrativas e Complementares foram criadas pela Portaria nº08 de 15 de março de 2001 e tem por objetivo incentivar o estudo e a pesquisa nas seis áreas habilitadas pelo CFO ( Acupuntura, Fitoterapia, Florais, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia) , sensibilizar as entidades de ensino, em incluir no curriculum dos cursos de graduação de odontologia, as Práticas Integrativas habilitadas pelo CFO,  enfatizar a necessidade de se estabelecer um interrelacionamento entre as demais especialidades da odontologia, incluindo em seu conteúdo algumas das práticas integrativas, quando se fizerem adequadas e participar das prerrogativas políticas para que os CDs habilitados nas praticas integrativas sejam incluídos no Programa de Saúde Bucal do SUS efetivamente, ou seja, que CDs nela formadas possam dele participar efetivamente, disponibilizando esta Comissão, de espaço para debate para tal objetivo. E com relação às Especial da Mulher CD, instituída através da Portaria nº 54 de 01/10/2001, na gestão do presidente Outair Bastazini (2001/2006). Sua criação veio atender a constatação de que as profissionais do sexo feminino serem maioria na classe odontológica. Tem por objetivo promover debates, cursos de liderança e empreendedorismo e outros estudos, visando a atuação feminina dentro da Odontologia.

Ainda nesse contexto de progressão da ciência odontológica, de acordo com o Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro já existem 19 especialidades na área Odontológica: Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial ,Dentística, Disfunção Têmporo-Mandibular e Dor-Orofacial, Endodontia, Estomatologia, Radiologia Odontológica e Imaginologia, Implantodontia, Odontologia Legal, Odontogeriatria, Odontopediatria, Odontologia do Trabalho, Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais, Ortodontia, Ortopedia Funcional dos Maxilares, Patologia Bucal, Periodontia, Prótese Buco-Maxilo-Facial, Prótese Dentária e  Saúde Coletiva. O Conselho Federal de Odontologia, em 2009 constatou que o número de Faculdades de Odontologia só aumenta, existem 191 faculdades em todo país sendo que 27 são federais, 19 estaduais, 08 municipais e 137 particulares.

Atualmente, em 2010, foram publicas pelo Conselho Federal de Odontologia notícias sobre: CFO e ANS: intercâmbio estratégico relatando o inédito Acordo de Cooperação Técnica, Agência

 

Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e CFO que se comprometem a trocar informações dos cirurgiões-dentistas inscritos nas duas instituições; O novo rol mínimo e os CDs pois, a  partir de 7 de junho, 16 novos procedimentos odontológicos serão incluídos na cobertura mínima dos planos de saúde bucal. ANS diz que mudança não pesará no bolso dos beneficiários; CROs investem na fiscalização on-line e assim a internet se firma como aliada na luta contra os ilegais.

Ao término da primeira década do século XXI, a Odontologia brasileira surge como uma das mais importan­tes no cenário mundial. Com mais de 229.945 mil cirurgiões-dentistas inscritos nos Conselhos de Odontologia do país. O complexo odontológico-industrial é pujante, com pre­domínio de empresas com maior aporte de capital nacional no setor, que respondem pela produção de equipamentos de ponta, com razoável grau de acúmulo tecnológico e posi­ção de destaque no mercado global. O país é o segundo maior mercado de produtos de higiene bucal no mundo, constituindo-se em uma grande plataforma produtora e exportadora destes insumos.

O quadro epidemiológico começa a se alterar com a redu­ção da incidência de cárie dentária em crianças. Persistem grandes desigualdades regionais, com o declínio de doenças e melhores condições de saúde bucal nas áreas urbanas de capitais das regiões Sul e Sudeste, a permanência do quadro de edentulismo alarmante, e o surgimento de outras neces­sidades como as oclusopatias. Em decorrência da mudança do perfil demográfico, outras doenças como o câncer bucal começam a ter maior incidência.

Dois movimentos concomitantes ocorrem nesta década, no âmbito dos serviços públicos e privados: a entrada da Saúde Bucal na agenda de prioridades polí­ticas do governo federal e o vigoroso crescimento das operadoras de planos odontológicos.

Podemos notar que já possuímos um vigoroso potencial técnico capaz de realizar uma profunda transformação na sociedade, por meio de uma ideologia odontológica possível, desde que, seja, inicialmente, consensual e agregadora no setor acadêmico. E precisamos fazer tudo isto muito rápido, pois não sabemos como tudo será, quando forem introduzidas novas técnicas genéticas de regeneramento dentário que vêm sendo estudadas. A Universidade pode ser o berço de uma nova ideologia deste tipo, pois é onde está à força da instituição odontológica. É também onde estão os profissionais necessários para o planejamento e o detalhamento das ações políticas, de retorno da tecnologia para as pessoas e de disseminação das informações, que resultem efetivamente em satisfação social em massa. Um conceito de direito à saúde bucal pode ser uma nova visão para o ensino superior, tão desejada pelo meio acadêmico na busca por expandir seus horizontes.

As conseqüências imediatas de um movimento por direito à saúde bucal podem ser: crescimento espontâneo do mercado de trabalho; redução do custo da tecnologia; novas perspectivas de atuação e pesquisa para os profissionais e estudantes; e melhoria significativa da saúde bucal do ser humano neste início do século XXI. Por isso, esta discussão sobre satisfação social a partir da saúde pública  pode resultar em ações de massificação do direito à odontologia, o que tornaria a população mais saudável e com maior auto-estima. Afinal, o que somos sem um sorriso?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS

 

1.      Bobbio, A. Etapas históricas da Odontologia. Ln: LIVRO HORÁRIO DENTAL GAÚCHO, 1976. São Paulo: Marquart, p. 13, 1976.

2.     Bobbio,. A. Evolução histórica do consultório odontológico. In. LIVRO HORÁRIO DENTAL GAÚCHO 1978. São Paulo: Marquart, p. 39-51, 1978.

3.     https://pt.wikipedia.org/wiki/História_da_odontologia

4.     Rev Assoc. Paul. Cir Dent., v. 16, nº 3 p. 127-46, 1962

  1. .https://cfo.org.br/wpcontent/uploads/2009/10/quadro_estatistico_faculdade.pdf
  2.  https://www.lacroix.com.br/ideologia.htm
  3.  https://www.ans.gov.br/portal/upload/biblioteca/Manual_ODONTO.pdf
  4.  https://www.cro-rj.org.br/especialidades/index.asp
  5.  https://cfo.org.br/wp-content/uploads/2010/03/JCFO-jan-fev-n°94.pdf